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terça-feira, 29 de maio de 2012

Duque de Caxias: Maior Pólo Logístico do Brasil – Por Abdul Haikal

Uma Plataforma Logistica Multimodal para Duque de Caxias.

Nossa cidade e nossas alternativas.
Perto de um milhão de habitantes, 2ª maior arrecadação do estado, 468 km² e segunda maior cidade em exportação do Brasil, Duque de Caxias tem população, economia e território maior que 20 países no mundo e uma receita tributária superior a uma dezena de capitais brasileiras.
Somos uma cidade-estado.
Nossa localização geográfica estratégica confere uma vocação natural, que, bem aproveitada pode dar ao nosso município a condição de maior pólo logístico do Brasil. Com este objetivo em 2008, quando exerci o cargo de Secretário de Transportes e Vias Públicas no município, elaborei proposta de criação e implantação de uma Plataforma Logistica Multimodal em área de 3.200 milhões de m² pertencente á União e localizada no km 6 da rodovia Washington Luís. Esbarrei na apatia do prefeito á época que havia deixado de lado outro projeto: o das ciclovias.
Na Plataforma reuniríamos uma cadeia de processos logísticos para operação integrada de transportes de cargas aéreas, marítimas, rodoviárias e ferroviárias, concentrando a movimentação e o armazenamento de mercadorias para exportação e a importação brasileira.
No projeto de viabilidade econômica estimamos a atração de 60 e 80 novas empresas a serem instaladas na “cidade logística” e mais de R$ 1 bilhão em investimentos privados gerando 3 mil empregos diretos e 6 mil indiretos. Os benefícios seriam imensos impactando,inclusive, nos preços dos produtos operados com OTM – Operação de Transporte Multimodal- reduzindo custos fiscais e logísticos (que em alguns casos chegam até 60% do valor final das mercadorias) e poderiam, por exemplo, reduzir em até 7% o preço no quilo de feijão ao consumidor final.
Comparações com a rede de Plataformas da Europa – Orly na França, Saragoza na Espanha,Portugal, Holanda e Itália – constataram que Duque de Caxias teria a maior Plataforma Logística Multimodal Urbana do Mundo, nestes tempos de globalização econômica.
Podemos liderar o planejamento da mobilidade urbana com foco no transporte multimodal integrado do setor, revitalizando o transporte ferroviário de cargas e incrementando a capacidade da atividade portuária. Basta visão estratégica, capacidade de articulação e politicas publicas compatíveis com nossas características regionais. Podemos alavancar nosso desenvolvimento a partir da exploração desta variável criada por nossa vocação natural. Daríamos respostas a importância que nos pertence no cenário econômico nacional e internacional.
Uma localização geográfica privilegiada conspira a favor de nosso município.
A área onde propomos a implantação do projeto está localizada a 30 kms do porto do Rio de Janeiro; a 15 kms do Aeroporto Internacional Tom Jobim -Galeão – e às margens da Rodovia Washington Luís. Próximos 8 kms da Via Dutra, principal artéria de transporte de cargas na ligação norte-sul do país; distante 6 kms do traçado do Arco Metropolitano, conta em seu interior, ainda, com uma malha ferroviária para o transporte de cargas (limite do bairro São Bento) com ramificações que levam seus trilhos a todas as regiões produtoras e principais mercados do sul, centro-oeste e nordeste do pais.
Temos uma integração natural da infra-estrutura logística multimodal e eixos de transporte de capilaridade com as 4 regiões mais ricas do território nacional. Seríamos o maior centro armazenador e distribuidor de mercadorias para exportação e importação do Brasil. Lá podem ser garageados simultaneamente 3.000 caminhões-carretas que deixariam de circular no horário comercial nas saturadas ruas e avenidas da Região Metropolitana. Milhões de toneladas de CO² deixariam de ser emitidas. Os motoristas de caminhão teriam toda assistência concentrada na “cidade-logística” com hotéis, bancos, oficinas, postos de abastecimento, moleiros, borracharias, restaurantes e áreas de lazer. Serviços de agenciamento de fretes otimizaríam a cadeia de serviços, garantindo aos caminhoneiros frete em escala, sem as tradicionais e longas esperas quando dormem nos postos de abastecimento esperando novo frete. Para não retornarem ás suas localidades de origem “batendo carroceria” a agência intermediaria novos contratos, o que influenciaria positivamente nos custos do frete. A área tem capacidade para armazenar 100.000 containers que vindos dos EUA, Europa ou da China seriam distribuidos para o interior do país pela nossa malha ferroviária reduzindo custos dos transportes, além de atrair uma EADI – Estação Aduaneira do Interior – conhecida como “Porto Seco” para realização dos despachos aduaneiros dentro de nosso território.
Duque de Caxias daria a sua contribuição na redução do chamado “custo-Brasil”.
Precisamos explorar as potencialidades econômicas de nosso território e nos preparar para enfrentar o cenário futuro de ameaça ao desenvolvimento de nossa cidade. O documento DECISÃO 2010-2012 publicado pela FIRJAN – Federação das Industrias do Estado do Rio de Janeiro- mapeou investimentos públicos e privados de mais de R$ 120 bilhões, apontando para criação de grandes pólos desenvolvimentistas em um cinturão fora de Duque de Caxias ( COMPERJ, CSA, Complexo de Porto-Açú). O quadro de fomento deu maior competividade aos municípios de Itaboraí, Volta Redonda, Campos e cidades adjacentes que estão atraindo empreendimentos para a cadeia produtiva, pelas potencialidades econômicas que apresentam. Enquanto isso, Duque de Caxias, desarticulada para atração de investimentos, pode assistir a estagnação de seu crescimento econômico e consequente queda de nossa arrecadação, diante de um acentuado crescimento populacional e os consequentes impactos das demandas sociais sobre o orçamento municipal. Ao longo da história nossa cidade já foi a 8ª maior arrecadação do Brasil, hoje, somos a 15ª.
Governada por gestores, que administraram Duque de Caxias como se “tocassem” uma “birosca em Xerém” ou “se puxassem uma carroça no Dr. Laureano”, esta locomotiva econômica se recente da ausência de governantes qualificados, para ocupar seu lugar no mapa do desenvolvimento econômico, cientifico e tecnológico nacional. O município administrado de forma artesanal,não priorizou projetos como a criação da Plataforma Logística Multimodal como projeto estratégico para recolocar nossa cidade no jogo do crescimento. Bastaria vontade politica e capacidade de articulação nas 3 esferas de poder já que o gigantesco terreno pertence á União e com a interveniência do estado foi repassado ao município com direitos de exploração por 50 anos renováveis por mais 50.
Os cidadãos daqui estão fazendo a sua parte. A prefeitura precisa despertar de sua letargia e sua ótica provinciana para imprimir uma gestão compatível com nossa vocação natural. Precisamos sair do atraso, buscando novas alternativas de gestão publica, para inserir nossa cidade em um contexto político-econômico de relevância nacional. Alguns exemplos já demonstram o caminho a seguir. A implementação dos CVT’s (Centros Tecnológicos Vocacionais), que estão profissionalizando a mão-de-obra em Duque de Caxias, representam o primeiro grande passo rumo ao futuro: investimento publico no principal patrimônio de uma cidade: O ser humano.
A qualificação profissional aposta no talento do operário caxiense, atende uma demanda nacional e pode ser nossa reação às perspectivas de estagnação. Os cursos de capacitação técnica começam a transformar nossa cidade em exportadora de mão de obra qualificada para o pais, iniciando um ciclo virtuoso que começa na qualificação profissional, gera empregos para os moradores fazendo o dinheiro circular na cidade, incrementando as vendas do comercio, aumentando a arrecadação de impostos. Atendendo nossa vocação Duque de Caxias recebeu uma faculdade com curso superior na área logística, articulada pela Secretaria Estadual de Ciencia e Tecnologia. A prefeitura precisa fazer a sua parte.
Basta ter sensibilidade e compromisso com esta cidade-estado.

1 comentários:

Juliana Braga disse...

A Idéia é legal visando o crscimento de Duque de Caxias,mas ao elaborar esse texto o autor desconsiderou um fato alarmante e muito importante,o fato dessa Área ser pertencer a APA São Bento,que é uma área de preservação muito importante,pois é área de transbordo natural dos rios Iguaçu e Sarapuí!Para onde iria essas águas de transbordo com essas construções infundadas em questões ambientais?Iria para as casas da população residente no local.Portante não se deve expor a importância do crescimento econômico,sem levar em consideração as consequências que acarretaram a questão ambiental que já está tão abadonada pelo Municipio.

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