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segunda-feira, 4 de junho de 2012

CATADORES DE GRAMACHO GANHAM ESCOLA DE ENSINO PROFISSIONAL - EDUCAÇÃO

Inaugurado no último sábado, Canteiro Escola vai oferecer 1,3 mil vagas em cursos gratuitos. Inscrições começam hoje

A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, inaugurou neste sábado, dia 2, às 10h, um espaço para o treinamento profissional dos catadores e ex-catadores no entorno do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho, em Duque de Caxias. O projeto Canteiro Escola Jardim Gramacho conta também com o apoio da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) e da Associação Carioca de Catadores e Ex-catadores (Acex).

O secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, participou da cerimônia:

- Esta é uma escola que muda a vida das pessoas. Ninguém se torna catador porque quer, mas sim por necessidade, para sustentar sua família. A partir desta segunda-feira, as pessoas que trabalhavam no lixão vão ter a opotunidade de se qualificar e ter uma nova profissão. Após o curso profissionalizantes, eles também poderão concluir os estudos pelo Seja (Sistema de Educação de Jovens e Adultos) e até cursar uma faculdade a distância. Eu espero que os ex-catadores se tornem doutores - disse.

A meta do projeto é capacitar mais de 1.300 pessoas, até o fim de 2012, em cursos profissionalizantes gratuitos com o objetivo de requalificar os profissionais que dependiam das atividades econômicas da área do lixão, principalmente os catadores de materiais recicláveis.

As inscrições serão abertas para a comunidade nesta segunda-feira, dia 4, podendo ser feitas no próprio local. Os catadores cadastrados na empresa Nova Gramacho terão prioridade. O prazo segue até 15 de junho.

O reaproveitamento dos resíduos garante, há mais de 30 anos, o sustento de aproximadamente 15 mil famílias do aterro e do seu entorno.

– O projeto visa minimizar os impactos do fechamento do lixão, ampliando as chances de geração de trabalho e renda para os catadores – explicou o presidente da Faetec, Celso Pansera.

O Canteiro Escola Jardim Gramacho, que funcionará numa estrutura de 936 m², teve o investimento de R$ 250 mil. Serão ofertadas as seguintes oportunidades: Eletricista Instalador Predial de Baixa Tensão (216 vagas), Encanador Instalador Predial (216), Pedreiro de Alvenaria (216) e Carpinteiro de Obras (216), além de Informática I (480). Os alunos também terão aulas complementares de Língua Portuguesa e Matemática.

A seleção para as vagas acontecerá por sorteio, em 16 de junho, no próprio local. O período para efetivação da matrícula acontece de 18 a 20 deste mês. O início das aulas será logo no dia 25. Os cursos funcionam de junho a dezembro deste ano. O Canteiro Escola Jardim Gramacho fica na rua Bragança, lote 321, quadra 202 – Jardim Gramacho, em Duque de Caxias.


Portas se fecham, outras se abrem

O lixão chegou a abrigar cerca de 1.500 catadores de materiais por dia. Hoje, pouco mais de 300 resistem, tirando dos resíduos a renda diária para o sustento próprio ou familiar. Foram mais de 35 anos de funcionamento, “com histórias de alegria e sofrimento, como na vida de qualquer pessoa”, ressalta Sandra Helena, catadora há 15 anos e membro da Acex.

– Passei sete anos da minha vida dormindo aqui no meio das lonas para voltar com o dinheiro que precisava. No início, meu estômago não tolerava quando achava restos mortais, e com o sereno da noite, contraí uma pneumonia. Mas com o passar dos anos, vamos adquirindo resistência. Fui mudando a ideia que tinha sobre o lixo quando me deparei com uma cesta básica quase intacta. Aquilo me fez refletir muito sobre o que é descartado por alguns e extremamente necessário para outros. Já encontrei até blusa com etiqueta – revela.

Ao ser questionada sobre o que espera do futuro, ela afirma que pretende se capacitar em breve, mantendo sempre a participação na Associação. “Aqui eu encontrei uma família”, diz Sandra.

Carlos Alberto, o “Carlinhos”, espera beneficiar-se com as qualificações profissionais do Canteiro Escola. Antes de trabalhar como catador, ele chegou a exercer a profissão de Eletricista, Soldador e Pintor Predial. O que pesou para a permanência no aterro foi o aumento na renda, quase o dobro do que ganhava em outras funções no mercado.

– Eu espero desfrutar dessa chance porque acumulo experiência na área de Construção Civil. Mas muitos aqui precisarão aprender novas funções, por terem dedicado a vida toda ao lixão. Isso porque o trabalho aqui é rentável, paga melhor do que muitos lugares lá fora. Antigamente, muita gente nos via como esses urubus. Com a consciência ecológica, isso mudou. Passaram a nos valorizar porque enxergaram que a nossa atuação é essencial para o meio ambiente – explica.

O ex-catador Ivanildo Araújo lembra o dia em que um colega saiu arremessando notas de dólar para os outros, pois não sabia do que se tratava. A memória também é marcada pelo triste episódio de um caminhão que perdeu o controle e matou 12 pessoas que estavam trabalhando. 


– Aqui é um verdadeiro garimpo. Temos casos de catadores que encontraram joias e raridades e até 30 mil reais em mala fechada. Com o fechamento, portas se fecham, mas outras se abrem, representando um recomeço para esse trabalhador. Estamos percebendo a presença do poder público nesse momento, seja através de reembolso ou cursos profissionalizantes. De catador a empreendedor, esse deve ser o modelo a seguir – afirma Ivanildo, que hoje está na coordenação de projetos de Geração de Emprego e Renda na Acex.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Maior arrecadador de ICMS tem o menor IDH - Duque de Caxias

Há algo de errado na gestão pública de Duque de Caxias.

O município ocupa a 15ª posição nacional em arrecadação de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), mas no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) _ que mede a qualidade de vida da população através de itens como educação, longevidade, renda da população _ patina no 52º lugar entre os 92 municípios do estado. O contraste aparece claramente quando esses dados são confrontados: o IDH médio é 0,753 (bem abaixo dos 0,886 de Niterói, o primeiro colocado), enquanto a arrecadação, em 2007, alcançou R$ 335 milhões, uma montanha de dinheiro que, num ranking nacional, coloca Duque de Caxias à frente de Curitiba e Salvador.
Esses dados são oficiais e estão reproduzidos no livro Retratos da Baixa Fluminense, de autoria do deputado Alexandre Cardoso, lançado há pouco mais de um mês em Duque de Caxias. Resultado de dois anos de levantamento, os indicadores apresentados no livro revelam um paulatino empobrecimento da Baixada Fluminense e, especialmente, de Duque de Caxias. O município vem sendo sacrificado nos setores mais importantes para a população, como educação, saúde e segurança.
Os dados divulgados pelo Ministério da Educação sobre o Índice de Educação Básica (IDEB) revelam um verdadeiro caos nas escolas municipais. E não é de agora. Em 2005, por exemplo, entre 88 municípios do estado avaliados, a nota dos anos iniciais da educação (até 4ª série) colocou o município em 76º lugar. Em 2007, o município ficou na 73ª posição entre os 91 avaliados. O fosso se ampliou em 2009: Duque de Caxias ocupou o último lugar no IDEB.
Nos anos finais da educação básica (até 8ª série), a tragédia se repete. Duque de Caxias ficou em 72º lugar entre os 73 municípios avaliados em 2005, 80° lugar entre os 83 avaliados em 2007 e em último lugar no IDEB de 2009.
Igualmente preocupante é a gestão da saúde pública de Duque de Caxias. O indicador mais dramático está na forte queda do número de leitos do municípios, esvaziamento que se verifica desde 1981, quando o governo federal transferiu para os municípios a atribuição de gerir esse setor. O livro Retratos da Baixada Fluminense mostra, segundo dados do DATA-SUS, que nesse período o número de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) despencou de 1902 para 979 em 2008, enquanto a população aumentou, de 575.814 mil habitantes em 1980 para 842.687 em 2007.
“Os problemas vêm se agravando desde 2005. Os administradores municipais assistem o empobrecimento, mas não buscam, efetivamente, uma articulação com os governos estadual e federal para enfrentar os problemas. A população cresceu na mesma medida em que a gestão pública na educação, saúde e segurança pública foi se apequenando. O que se verifica é que as ações públicas para reverter o quadro são pífias e não surtem resultado”, diz o deputado Alexandre Cardoso.
Segundo os dados publicados no livro, os números sobre segurança também são alarmantes: de 2008 a 2009, houve um aumento de 60,9% na apreensão de drogas, o que revela uma explosão no consumo, especialmente do crack, que se transformou num flagelo para Duque de Caxias em decorrência do alto envolvimento de jovens que abandonaram a família e a escola e passaram a ocupar espaços públicos para se drogar.
No mesmo período cresceram também outras modalidades de crime. Os latrocínios (roubo seguido de morte) aumentaram 9,1%; os assaltos a pedestres, 14,8%; os estupros, 50%; os roubos de carro 4,2%; e, os homicídios, 2,3%.
“Duque de Caxias precisa passar por um choque de gestão”, afirma o deputado Alexandre Cardoso.

Fonte: http://www.caxiasdigital.com.br